Atos dos Apóstolos

“’Que outro ocupe o seu lugar’”. (Atos 1: 20b)

A turma estava toda reunida; era um grupo de cerca de cento e vinte pessoas. Os onze discípulos, Maria, mãe de Jesus, os irmãos de Jesus e outros homens e mulheres. E a bíblia diz que ”todos se reuniam sempre em oração”.(Atos 1: 14a) Juntos e orando.

Até que Pedro toma a iniciativa, e isso não era de se estranhar, afinal, Pedro sempre tomava a iniciativa; mas agora é diferente, o seu líder já não está mais entre eles, esse grupo precisa de um novo líder. Pedro não só percebe essa necessidade, ele percebe também que é necessário escolher um homem para ocupar o lugar de Judas(o traidor).

Havia muitos homens ali, eu acredito, e penso que todos gostariam de fazer parte deste ministério. Quem não gostaria? Ser contado entre os Doze Apóstolos! Uau! Meu sonho!

Mas não seria tão simples assim, pelo menos um requisito básico era exigido para fazer parte do tão sonhado clube dos Doze.

-ter estado com os discípulos durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre eles, desde o batismo de João até o dia em que ele foi elevado aos céus.

Pedro estava em busca de uma testemunha da ressurreição de Cristo e esse requisito era imprescindível.

Choveu candidato!!!

Observe o que a bíblia diz: “Então indicaram dois nomes: José, chamado Barsabás, também conhecido como Justo (apesar dos três nomes, só conta como um) e Matias (só Matias mesmo)”. Perceba:    1 + 1= 2

Como assim? O que aconteceu com todo o resto? Cadê os ‘hômi’? 

Pelas minhas contas, por baixo, sendo bem generoso, pelo menos uns quarenta homens a mais deveriam estar ali, sinceramente, eu acho que tinha mais, enfim... Desses  quarenta, eles apresentaram dois, só doizinhos! Tudo bem que Pedro só precisava de um; mas por que só apresentaram dois?

Imagine Pedro orando a Deus por quarenta homens e tendo que tirar a sorte entre os quarenta. Já pensou nisso? Quarenta homens habilitados para ocupar uma única vaga! É irônico pensar que apenas dois estavam concorrendo à vaga. O restante não estava habilitado, não preenchiam o requisito básico para concorrerem.

Na segunda carta que Paulo escreveu a Timóteo ele diz o seguinte: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja bem a palavra da verdade”. (II Tm 2: 15)

Já ouviu a frase: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”? Às vezes eu fico em dúvida se esse não é de fato um versículo bíblico, dada a entonação e proporção com que esta frase é citada. Já ouvi até alguém perguntar: Onde se encontra mesmo este versículo? Foi Jesus quem disse não foi? Pode acreditar eu já ouvi! E você? Qual foi sua resposta? -Eu vou procurar e te falo???

Há casos em que realmente podemos ter essa idéia, e eu considero esse um pensamento interessante, mas veja, entenda; esse não é um versículo bíblico; a idéia é boa, mas isto não faz dela uma regra.

Se fosse assim Pedro teria escolhido qualquer um, que Deus o teria capacitado ou mesmo Paulo não teria dito a Timóteo o que disse, ele diria: Timóteo, meu filho, Deus o capacitará, não esquenta não, ta?! Paulo não teria perdido tempo discipulando Timóteo, ele apenas o teria enviado às igrejas com a simples recomendação: "te vira filhinho!"

“Que outro ocupe o seu lugar...” Que outro? Outro quem?

Tá faltando candidato homem no mercado! Os postos de inscrição estão vazios!

Tá faltando homem capacitado, obreiro aprovado!

Onde estão os outros Pedros, Joãos, Tiagos e Cia?! Homens comprometidos com Cristo desde o início? Comprometidos com sua Obra, com sua Palavra, com seu Reino.

Chega de Judas!

Lembra do período colegial? Do vestibular? Ou daquele concurso público? É tão bom quando localizamos nosso nome na lista dos aprovados!  

 E então, já localizou seu nome?

Matias! Meus parabéns, você foi aprovado! A vaga é sua! 

                                            

Atos dos Apóstolos

 “... e serão minhas testemunhas...” (Atos 1:8b)

Dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo! Vocês receberão poder e serão minhas testemunhas! Que revelação! Que promessa! Viva!Viva!!!

Mas, havia uma pergunta que não queria calar. E se eu fosse um judeu, quer dizer, se eu fizesse parte do povo da promessa e estivesse sofrendo há muito tempo sob o domínio de um povo estranho, acredito que esta também seria minha primeira pergunta:

“Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a Israel?” (Atos 1:6)

Imagino o silêncio que se seguiu a expectativa da tão esperada resposta, olhos e ouvidos atentos... Os discípulos imaginavam que a descida do Espírito Santo daria início a uma grande revolução, onde os judeus não mais estariam sob o domínio romano, onde enfim o reino de Israel seria restabelecido.

Não era bem assim, a resposta a essa pergunta à primeira vista soa um tanto quanto áspera, mas não, Jesus não estava sendo rude.

“Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade”.

Não acredito que Jesus tenha a intenção de ser rude, como muitos podem pensar; a resposta para mim soa mais como: Acalmem-se, não se preocupem com isso, não percam seu sono por causa disso, não ocupem suas mentes querendo saber tempos ou datas, deixem isso com Deus, ele já estabeleceu um dia, ele já cuidou disso. Por hora é importante que vocês saibam que receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas.

Ao dizer isso Jesus foi levado ao céu até sumir de suas vistas. Eles ainda olhavam para cima quando, de repente, dois homens vestidos de branco surgiram na frente deles. E a pergunta agora é: 
“Galileus, por que estão olhando para o céu?”

Já pensaram nisso? Por que eles continuaram olhando para o céu? Eu não sei, mas se eu estivesse lá também estaria olhando! Eles estavam estranhamente admirados com o que acabaram de presenciar, aquilo não acontecia toda hora, na verdade eles nunca tinham visto nada assim antes; por mais que soubessem que Ele era verdadeiramente o filho de Deus, aquilo era no mínimo inédito. Eu também estaria olhando e com a boca aberta!

Por que vocês estão olhando para o céu?

Quantas vezes os acontecimentos ao nosso redor nos prendem a atenção, nos perturbando e ficamos a questionar se estes não seriam sinais de uma eminente vinda de Cristo. Cada vez mais pessoas morrem vítimas de desastres naturais como terremotos, enchentes,... , ouvimos falar de guerras e rumores de guerra; ouvimos, vemos e sofremos com a violência, a depravação e corrupção da raça humana e em face disso, dizemos: “Jesus está voltando!”

Na verdade o arrebatamento da igreja está próximo desde quando Jesus subiu! Pode ser a qualquer momento! Ele disse para seus discípulos judeus não se preocuparem com tempos ou datas, o que diria então para nós que somos sua igreja? Por que nos preocupamos tanto com o que acontece a nossa volta? Por que olhamos para o céu como se Cristo estivesse voltando? Ele não saiu do trono há dois mil anos atrás e está vindo caminhando em direção a terra nos buscar; isso se dará de uma só vez. Como num piscar de olhos, quando dermos conta ele já vai ter vindo e nós, os salvos, estaremos com ele. Não nos compete saber tempos, não haverá anúncios, sem preliminares; ele simplesmente terá voltado. Conjugado, isso é o futuro do pretérito perfeito. Quanto à conjugação eu não sei, mas será perfeito!

Quando dizemos: “Jesus está voltando!”; quando desviamos nossa atenção para os acontecimentos ao nosso redor, a impressão que dá é que podemos quase premeditar, calcular e enfim decidir o quanto tempo ainda nos resta, criamos uma “falsa impressão” de controle da situação. Engano, mentira! E sabemos muito bem quem é o enganador e pai da mentira!

 Queridos, não estou dizendo que os acontecimentos presentes não sejam cumprimento da Palavra de nosso Deus, não digo até mesmo que não sejam sinais; a questão é: são para nós? São para a igreja? Receio que não, nós não precisamos de sinais.

Mas e o sinal de Jonas? Pense; que sinal era este? Antes mesmo de responder, observe a quem Jesus está dirigindo essas palavras. Posso garantir que não era aos seus discípulos, mas sim a fariseus e mestres da lei, ele se dirige a uma geração má e perversa que O entregaria para ser morto, era um sinal para condenação, por não terem crido que ele era o Messias de Deus, por não acreditarem na sua ressurreição.  Você se encaixa em algum destes grupos, se não, então isto não é para você!

“Serão minhas testemunhas...!” 
O nosso comprometimento com Deus deve ser o mesmo, independente de qualquer fator ou ameaças externos; não devemos buscá-lo com mais intensidade porque supostos sinais revelam que sua vinda está próxima e nem podemos nos acomodar quando o mundo vive uma suposta calmaria. Não devemos funcionar como termômetros humanos.

“Pregue a Palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo...” é o que Paulo ensinava a Timóteo, é o que nós precisamos aprender.

Ser “firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que no Senhor, o nosso trabalho não é vão!”

“Não nos compete saber tempos ou datas, basta sabermos que Deus, pela sua autoridade já estabeleceu isso, ele tem tudo sob controle”. Cabe a nós testemunhar e já recebemos poder para isso!!!

Atos dos Apóstolos

“... esperem...!” (Atos 1:4b)

Pouco antes de ser assunto aos céus, depois de quarenta dias falando aos apóstolos acerca do Reino de Deus, Jesus tem apenas uma ordem a dar: “Não saiam de Jerusalém, esperem pela promessa de meu Pai”.

Pouco depois disto foi elevado às alturas e uma nuvem o envolveu até que não pode mais ser visto pelos homens.

Não consigo deixar de contrastar esta experiência àquela vivida por essas mesmas pessoas quando este mesmo Jesus veio a ser morto e sepultado.

E agora? É a pergunta que permearia minha mente e ao mesmo tempo faria acelerar meu coração em face de um futuro "incerto" e acredito não ter sido diferente com meus irmãos do passado.

E agora? que a base de todas as nossas expectativas jaz no fundo de um túmulo escuro, cerrado por uma enorme pedra?

Ou e agora? que O vemos simplesmente desaparecer diante dos nossos olhos como fumaça em direção aos céus? E agora?

Há situações em nossa vida em que o chão parece ter desaparecido sob nossos pés e caímos como se nunca fôssemos alcançar o chão novamente, não há respostas, nem esperança e sem consolo vemos nossos sonhos evaporarem no ar das incertezas. Momentos assim são mais comuns do que pensamos. Ficamos vulneráveis, carentes e somos incrivelmente tentados a abrir mão da fé.

É estranha a forma quase que instantânea de esquecermos ou de considerarmos impraticáveis tanta coisa que aprendemos no decorrer do caminho.

Isso aconteceu com os discípulos, três anos aproximadamente eles passaram na companhia do Mestre dos mestres, experimentando o melhor de Deus diretamente da Fonte de Água Viva, eles viram pessoas sendo curadas; multidões alimentadas, mortos voltarem à vida; receberam a palavra do Verbo e quando a pedra serrou o túmulo, a escuridão os rodeou.

Acontece conosco também hoje, tudo o que estudamos, aprendemos e sabemos a cerca de Deus às vezes parece residir atrás de uma pedra que não conseguiremos mover.

Lembra das mulheres que foram ungir o corpo de Jesus? Maria Madalena, Salomé e a Maria, mãe de Tiago? Elas não esperavam encontrá-lo vivo, elas compraram especiarias aromáticas para ungir um defunto e a preocupação delas no caminho, era: “Quem removerá para nós a pedra...?”; quando Cristo já havia dito que ao terceiro dia ressuscitaria.

O que eu aprendo com isso?

Espere em Deus, espere pelas suas promessas. A pedra, já foi removida!Amém!
Saber esperar é uma arte, esperar em oração e junto com os irmãos, é algo maior ainda. Esperar com fé, é algo maravilhoso e agradável a Deus, e quando digo isso você entende que, FÉ - AÇÃO= NADA!

  Quando a escuridão o rodear, não abra mão da fé, porque no escuro ela é “a prova das coisas que não vemos e a certeza daquilo que ESPERAMOS”.

"não os deixarei órfãos; voltarei para vocês".(João 14:18) 

A ordem é: ESPERAR!